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Iveco: Obras de arte sobre rodas

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Espaço mantido pela Iveco em Turim, na Itália, guarda raridades da história rodoviária, entre elas um caminhão Fiat de 1906

 Sérgio Caldeira

Quem visita a Itália tem a oportunidade de ver obras de arte e escultura espalhadas por todo o país. Mas há outras preciosidades da época da Revolução Industrial em diante reunidas em um só local e que contam a história do rodoviarismo italiano. Trata-se de um espaço ao lado da matriz da Iveco em Turim, o Industrial Village que reúne exemplares das marcas que fazem parte da história da criação da Iveco.

O jornalista Sérgio Caldeira

A Iveco surgiu em 1975 da junção de três construtores italianos (a Lancia, a O.M. Officine Meccaniche e a Fiat Veicoli Industriali), um fabricante francês (a Unic) e uma montadora alemã (a Magirus-Deutz). Algumas destas marcas tinham mais de um século de atividade, como a O.M. (de 1.849) e a Magirus-Deutz (com origens que remontam o ano de 1864).

No espaço Iveco Industrial Village são encontrados veículos emblemáticos dos cinco fabricantes existentes antes da formação da Iveco, alguns militares, outros de aplicação puramente rodoviária e outros usados em grandes expedições pelo mundo. O mais antigo é um caminhão Fiat do ano de 1906. Entre os modelos de destaque estão o O.M. Leoncino, veículo de distribuição muito popular no período pós II guerra e o Fiat 682N, que foi considerado o “Rei da África”.

Um clássico dos anos 1990 é o Iveco 190.48 TurboStar. Seu propulsor V8 de 17,2cm³ modelo 8280 turbo-intercooler dipõe de 476cv @ 1.900rpm e torque máximo de 2.050Nm @ 1.100 giros, algo impressionante para a época e muito apreciado por vencer com facilidade os trechos montanhosos de algumas rodovias próximo aos Alpes.

Alguns veículos expressam a especialidade de sua marca, como a Deutz, que se tornou a especialista na montagem de veículos anti-incêndio, cujas origens remontam 1864 na cidade de alemã de Ulm, desdobrando nas famosas plataformas Magirus. Dois exemplares são veículos especiais o modelo anfíbio Fiat 6640G com motor de 195hcv e usado pelo explorador francês Jacques Custeau em suas expedições pela Amazônia nos anos 80 e o Iveco narigudo 330.30 com engenho V8 refrigerado a ar, o qual rodou o mundo todo passando por temperaturas extremas como no deserto do Saara (50 graus de calor) e no inverno da Sibéria (50 graus negativos).

Mas não só de passado vive o espaço da montadora piemontesa. Além dos veículos históricos, estão expostos os veículos da atualidade, como a nova linha S-Way MY24, ganhador do prêmio iF de design 2024, o vocacional T-Way o EuroCargo CNG (gás natural comprimido) e a Daily elétrica, ou eDaily GATE (Green Advanced Transport Ecosystem). Alguns ônibus também a combustível alternativo, modelos E-Way e Street-Way CNG.

Veículos conceitos estão presentes no salão, como a proposta de um furgão futurístico denominado Iveco Vision, que foi apresentado na IAA de 2014, sendo que muitos de seus recursos estão começando a ser utilizados hoje, como as câmeras e a conectividade e a tração elétrica.

Trata-se de um comercial leve flexível com a propulsão bicombustível (Dual Energy) que pode ser movido somente pela eletricidade (garantindo silencio e emissões zero no caso de centros urbanos) e utilizar-se de tração híbrida (energia térmica acumulada) no caso de trajetos mais longos onde se aplica a fonte mais adequada a missão de trabalho com a promessa de redução de emissão de CO2 de até 25%.

Esta flexibilidade de tração proporciona mais disponibilidade ao veículo. Junto ao Industrial Village funciona ainda uma unidade do concessionário Orecchia, o mais antigo revendedor Iveco em operação no mundo, com 95 anos de existência desde sua parceria com a Fiat.

É dedicada a montar caminhões vocacionais com mecânica Iveco (o motor FPT Cursor 13, por exemplo). Faz parte da Iveco Group e sua linha é comercializada em diversas versões de tração desde a 4X2 até a 8X8 para aplicações bem específicas, tanto cavalo mecânico como na configuração rígido. A transmissão pode ser Alison automática ou ZF manual ou automatizada.

Boa parte da produção é exportada para a Africa, Ásia e América Central e do Sul, para os setores de mineração, construção e exploração de petróleo, sempre em aplicações severas de transporte. Dependendo do mercado pode sair na versão Euro 3, Euro 5 ou Euro 6.  Seu carro-chefe é o modelo HD9 84.51 com capacidade para 64 toneladas de PBT, mas pode ter versões cujo trem-de-força tenha capacidade de 300 toneladas de arraste e motor FPT de 570cv de potência e 2.500Nm de torque.

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